Ah,
grande questão. O como.
É
hora de caminhar de novo.
Desço
as escadas, entro, está escuro. As luzes das velas não
iluminam, apenas sombreiam o escuro, o negro que funde as eras. Afasto-me e
sento-me nos degraus e estou agora onde estava no inicio, a olhar as chamas que
queimam meu passado.
Um
rito de passagem apenas, reparo que há gentes à minha volta. O ritmo é
leve, o gesto é grave, o eterno vai-vem das sombras mostram a renovação que se
aproxima e noto que não estou mais naquela escada. E junto no ar uma gota de
lágrima minha e começo a nova caminhada.
O Big Bang
Eu
ia trilhando meu caminho de forma quase perfeita quando as rotas foram mudadas.
No
espigão mais no espigão do caminho estava um homem, o qual chamei de rei do
mundo, de braços fechados e cabeça fantasiosa para modificar o trajeto e ali fiquei
quieto olhando a figura que ia cerrando o ar. Um grupo de pessoas passa por mim
e com um som quase inaudível, mas quase em desespero começaram a contar-me a
suas histórias, algumas parecidas com a minha, mas não eram a minha.
Virando-me
com alguma calma e estudada pose, fico a olhar uma forma que se torna familiar,
era o seu olhar que não me atravessa, mas apenas passa de lado por mim.
O
tempo é, o tempo foi, mas o tempo deixou de ser. O último momento chegou.
Os olhos finalmente se cruzam e como não poderia ser de um outro modo? Era eu
que me via em outro tempo, em outro dia, em outra era. Eu que ali estava. E eu
que de cima me vejo em baixo.
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