quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Um Ser Uma Pessoa


Sou eu, eu mesmo, tal qual resultei de tudo, Espécie de acessório ou sobressalente próprio, Arredores irregulares da minha emoção sincera, Sou eu aqui em mim, sou eu. Quanto fui, quanto não fui, tudo isso sou. Quanto quis, quanto não quis, tudo isso me forma. Quanto amei ou deixei de amar é a mesma saudade em mim. E, ao mesmo tempo, a impressão, um pouco inconseqüente, como de um sonho formado sobre realidades mistas, de me ter deixado, a mim, num banco de carro elétrico, Para ser encontrado pelo acaso de quem se lhe ir sentar em cima. E, ao mesmo tempo, a impressão, um pouco longínqua, Como de um sonho que se quer lembrar na penumbra a que se acorda, De haver melhor em mim do que eu. Sim, ao mesmo tempo, a impressão, um pouco dolorosa, Como de um acordar sem sonhos para um dia de muitos credores, De haver falhado tudo como tropeçar no capacho, De haver embrulhado tudo como a mala sem as escovas, De haver substituído qualquer coisa a mim algures na vida. Baste! É a impressão um tanto ou quanto metafísica, Como o sol pela última vez sobre a janela da casa a abandonar, De que mais vale ser criança que querer compreender o mundo. A impressão de pão com manteiga e brinquedos. De um grande sossego sem Jardins, de uma boa-vontade para com a vida encostada de testa à janela, num ver chover com som lá fora. E não as lágrimas mortas de custar a engolir. Baste, sim baste! Sou eu mesmo, o trocado, O emissário sem carta nem credenciais, O palhaço sem riso, o bobo com o grande fato de outro, A quem tinem as campainhas da cabeça. Como chocalhos pequenos de uma servidão em cima. Sou eu mesmo, a charada sincopada. Que ninguém da roda decifra nos serões de província. Sou eu mesmo, que remédio!  

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

É Difícil

É muito raro que alguém não te decepcione um dia...
Poderá ser alguém que você ame muito, ou alguém que você apenas goste, talvez possa ser alguém que você nem conheça muito bem... Mas, com certeza, muitas pessoas, mais do que você possa imaginar, te magoarão em sua vida...E talvez você fique tentado a entender... A querer achar uma explicação plausível... E nem sempre encontrará... Então você, com certeza perdido, assumirá toda a culpa... É... É melhor do que ficar sem explicação... Mas quando estiver preste a fazer isto, tente uma última vez... Pense em quem te magoou... Pense em quem te esqueceu... Pense naquela pessoa que te abandonou naquele momento em que você estava mais sozinho... E pergunte-se: qual é mesmo a importância que esta pessoa tinha para você? Provavelmente muita... É, dói mesmo... Agora, pense na importância que você teve para esta pessoa? Você deve estar pensando que nenhuma, pois senão não estaria magoado agora... Infelizmente, na vida não podemos prever o amanhã... Não importa o quanto você conheça alguém, a cada dia este alguém será outra pessoa... Então, antes de distribuir as culpas, tire uma valiosa lição: não lute para reconquistar ou compreender alguém que simplesmente desistiu de você... Esta pessoa, talvez possa ser alguém que para você possa parecer valer muito à pena... Mas, acredite você deve investir seu tempo, seu amor, seu carinho, seu respeito, seus cuidados, seus sentimentos mais puros em quem quer recebê-los... Afinal, você também vale muito à pena...!!!

Às vezes a frieza do ser humano me amedronta.



Falta de amor não é frieza. Frieza é a ausência de sentimentos de afeto, compaixão, culpa solidariedade, etc. Falta de amor é apenas a ausência de sentimentos não cultivados durante a vida. É aquela história do "não faço questão". E a culpa é de quem? Ninguém nunca sabe olhar pra o próprio umbigo. Faz parecer que as pessoas se relacionam sozinhas e não entre si. O que nos leva a escolher com quem conviver? A resposta está estampada na distância e na frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "bom dia", quase que sussurrados. Porque toda vez que chegamos perto de alguém que não quer nossa presença as pessoas ficam desconsertadas? Porque toda essa frieza toda? Porque ser o oposto do que sempre foram? Algumas vezes Olho ao meu redor e vejo: o desafeto e a frieza das pessoas penso logo "isso é falta de amor". O mundo ainda vai se acabar no seu individualismo e congelar na frieza das pessoas que aqui vivem. Eu estou tentando não ser uma delas. Não aqui, nesse mundo. O silêncio é a maior demonstração de insensibilidade, covardia e frieza em relação ao sentimento humano... A frieza transmite a nítida impressão de um passado mal resolvido. O amor existe no calor da iminência, do tato e do contato. A frieza do resto, embora lembre um pouco amor, na real é qualquer bobagem. No calor das palavras forjamos ferramentas difíceis de manuseá-las; mas na frieza do silencio somos habilitados á usar quaisquer ferramentas, mesmo as feita por terceiros! O que amedronta os mortais se não somente a morte? É o medo de enfraquecer, de ficar sem sustento, de se ver sem movimento. Existem ossos muitos fracos, aqueles que se quebram facilmente, mas isto por não terem a rigidez que merecem. Entre a perdição da alma e a frieza da razão, achei um abrigo. Um desconfortável e imenso abrigo. É clássica a minha falta de jeito com extremidades eu sempre prefiro o caminho do meio. Tornou-se habitual esperar uma frieza natural em todos os inícios e em todos os términos. Talvez por aversão, talvez por atitude. Quero amigos com tempo e sem validade; que meus toques alcancem, não digitem na frieza banal do facebook ou na textura do velho laptop... Só se cura com pessoas, as pessoas estão em nossos olhos, onde nossas vivências nos atestam... Amizades e amores se autenticam a partir das presenças, não das telas que as pontas dos dedos esquadrinham...

TERAPIA DA VIDA


Parece-me que a vida proporciona uma experiência incrivelmente rica em todos os sentidos: político, social, estético, humano, ético, moral, que podem ser resumidos na sensibilidade que uma pessoa consegue desenvolver para tratar de temas positivos ou negativos, de alegria ou de tristeza, de amor ou de ódio. Sobre a alegria: Existem duas maneiras de perceber a alegria: por um lado percebemos sua falta quando já não faz parte de nossa vida, e por outro lado sua presença quando se deixa notar de maneira muito forte. Contudo, nossa maior falta é quando somos incapazes de saber identificá-la em estados não tão significativos de presença ou ausência, que é o que ocorre na maioria de nossos dias. A cada minuto ficamos mais sem ela, porque não incorporamos o suficiente para que flua em nossos olhares a fim de se transmitir a todos e por todos. Sobre o caráter: O caráter é algo simples e puro, que não podemos esconder ou disfarçar quando nos relacionamos com alguém. Nosso caráter está por trás de nossas ações e sempre à frente de nossos olhos. Para mudá-lo não basta querer, somente uma atitude radicalmente forte pode promover uma mudança nesta parte tão profunda de nosso ser. O caráter pertence ao nosso cotidiano, dita o ritmo de nossa cavalgada e sempre deve estar aberto a novas visões do mundo, mesmo quando sejam contraditórias ou entranhas. Sobre a filosofia: Um filósofo não é um simples articulador de palavras, e um ser sóbrio capaz de conectar idéias, pensamentos que permitem a sua igual evolução razoar, pensar, sobretudo criticar sua própria vida sobre valores e ideais. Um mediador que nos possibilita respirar um ar más limpo, livres de gases tóxicos que a sociedade se encarrega de laçar na atmosfera. Para ser filósofo no basta ter um especial talento para á retórica.Sobre a aprendizagem: Só é possível aprender olhando e interpretando as coisas como realmente elas são, de outra forma teremos um conhecimento descontextualizado, ou seja, uma leitura incorreta da realidade, sem sentido. Para aprender devemos observar atentos várias vezes e desde várias perspectivas distintas. Observar parece ser o segredo do enigma da aprendizagem. A paciência, a disciplina, a dedicação são chaves para uma observação realmente sensível da realidade. Para aprender precisamos compreender as coisas de duas maneiras distintas: primeiramente desde uma perspectiva mais geral (ampla, sem juízos, etc.) - contextualizada, e depois buscando aprofundar em sua essência profunda. Sobre o pensamento: Cabe a nós dar sentidos aos nossos pensamentos com nossas vidas, caso contrário serão apenas idéias vagas sobre algo. Jamais seremos os mesmos. A vida é o único caminho para a morte. Muitos dizem conhecer o amanha, mais ninguém foi capaz de contar quem somos agora. Cada vez mais me convenço que temos que fazer cada um de nossos deveres bem, da melhor forma possível. Todas as coisas merecem uma especial atenção, carinho e tempo para serem bem feitas, mesmo que às vezes fazer bem feito signifique não fazer nada. Não podemos esquecer que o todo está repleto de nada.Sobre a tristeza: Lamento profundamente aquelas pessoas que não tiveram a oportunidade de viver dignamente. Sinto também pelas que sofreram pelo atentado mortal que protagonizaram outros seres que não poderiam ser chamados de humanos.Talvez um grande pensamento que tive na minha vida não fui eu quem escreveu. Ele esta nos cemitério, "Omnes similes summus".  É verdade que somos únicos, diferentes, no entanto no fundo somos iguais a todos, principalmente com respeito à vida, pois morreremos todos, indiferente dos bens, dos crimes ou do amor que tenhamos durante a curta vida carnal.

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