O preço de Homem
Podemos considerar um dos grandes problemas envolvendo a
evolução da espécie humana saber que os filhos que foram mimados estão
estragando o mundo ao mesmo tempo em que os novos pais optam por ter apenas um
filho já que o mundo está estragado, aumentando a probabilidade de colocar na
humanidade mais uma pessoa mimada e egoísta.
E a partir de um comportamento egoísta surge o que talvez
poderia ser considerada uma grande doença contemporânea, a falta de
discernimento existente nas tentativas de demonstrarmos o quanto amamos alguém,
principalmente quando estas demonstrações estão ligadas a entrega de bens
materiais.
O ato de presentear alguém como forma de reconhecer o seu
comprometimento com algo, sua honestidade ou caráter, é uma tentativa falha de
quantificar algo que não pode ser medido.
Se alguém encontrar um malote de dinheiro que foi perdido em
uma tentativa de assalto e devolver ao dono, e este por sua vez decidir entregar
uma parte do valor a esta pessoa como recompensa pelo gesto, é como se ele
estivesse remunerando a honestidade alheia, quando na realidade esta virtude não
tem preço.
Da mesma forma ao educarmos nossos filhos não podemos premiar
suas virtudes com bens matérias, pois na realidade não existe materialmente uma
forma de compensar atos que demonstrem amor e respeito.
Não existe maior presente para um pai ou uma mãe do que aquelas
homenagens feitas na escola nos primeiros anos de estudo de seus filhos,
justamente porque aquilo não pode ser comprado.
E se amor só pode ser pago com amor, porque os pais insistem em
prometer recompensas materiais aos filhos? Talvez a resposta a este
questionamento esteja na diferença entre deixar uma pessoa feliz e fazer uma
pessoa feliz.
Podemos deixar alguém feliz lhe entregando algum presente, e
periodicamente renovando esta felicidade presenteando-a novamente, repetindo
esta circunstância constantemente. Isto pode acabar por confundir aquele que é
presenteado que irá considerar que quanto mais presentes ele recebe mais amado
ele é, e o principal inconveniente pode ser, de maneira inconsciente, esta
pessoa deixar de nos amar quando ocorrer alguma situação que reduza a nossa
condição econômica.
Mas, e como fazer alguém feliz? Como estimular as pessoas de
nosso convívio mais íntimo a acordarem pela manhã e se sentirem alegres pela
situação em que se encontram, pela família que possuem? Como mantê-las motivadas
a executar atividades que resultem em qualidade de vida para o grupo?
Talvez sob este aspecto o segredo seja mantermos a franqueza de
que amor, caridade e compromisso não estão a venda, não podem sob hipótese
alguma ser comprados, precisam ser conquistados.
Aos pais fica o desafio de conquistar os filhos através do
amor, deixando claro que as maiores virtudes como o respeito, a honestidade e a
caridade jamais devem ser passíveis de remuneração.
Cabe a estes pais convencerem seus filhos de
que caráter não tem preço, pois se não obterem êxito nesta tarefa, alguém fora
do círculo familiar pode estar disposto a pagar.
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domingo, 30 de setembro de 2012
O Fim da Grande Familia....Filhos no Mundo Pertubação dobrada!
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