VESTINDO A TOGA
Cleide Canton
Se te cobres de negro em dias quentes
e pisoteias brasas da indecisão,
que glória alcançaria o sim ou não
em tolas pronúncias independentes?
Se o corvo, na procura da razão
devora restos podres, repelentes,
não sejas tal, esgota no que sentes
o ranço que amordaça o coração.
A lei que pede ajuste e não proclama
direitos e deveres com clareza
se perde no vazio da circunstância.
Mas vestem essa toga, sem a fama,
silentes justiceiros na defesa
do bem que se perdeu sem relevância.
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