Finalmente, é hora de cada um escolher
seu lado. Os policiais e políticos "arregalados" pelas fortunas do
tráfico finalmente terão que tomar uma única posição nesse tabuleiro. Por mais
pavor que transmitam os carros incendiados e o pânico fazem parte de um
processo onde os traficantes aprenderão a não desafiar o poder público, onde os
oficiais de Justiça voltarão a fazer intimações nas favelas e a segurança
pública passe a não ser mera utopia.
Claro que há uma série de cuidados,
direitos e garantias a serem respeitados. Não é disso que estamos falando, isso
é o óbvio em um estado democrático de direito. Estamos falando que por mais
triste que seja ainda é melhor que em lugar do antigo compadrio e inércia
esteja ocorrendo a Guerra
Nenhum processo de limpeza seja de uma
infecção ou uma cidade, e nenhum processo de construção, seja de uma casa ou de
uma cultura, ocorre sem custos, mas nenhum custo é maior do que abrir mão da
limpeza e da construção quando necessárias.
A guerra irá continuar por mais um
tempo, é certo. Os traficantes irão seguir para outros locais, depois outras
cidades. O Estado não poderá esmorecer tão cedo. Mas a cada dia os mercados
para o crime atuar serão menores, a ousadia abusada terá sua cerviz partida e
os meninos não olharão mais para os traficantes como modelo de sucesso e
paradigmas a serem copiados.
Vai demorar, vai doer, mas dos males o
menor: que essa guerra, mesmo que longa, defina quem são os donos da cidade.
Que o povo vença, afinal, por intermédio de seus servidores públicos e
representantes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário