A tolerância
A palavra tolerância provem do latim tolerantia, que
por sua vez procede de tolero, e significa suportar um peso ou a
constância em suportar algo. Teve no passado, e com sentido negativo, a função
de designar as atitudes permissivas por parte das autoridades diante de atitudes
sociais impróprias ou erradas. Hoje em dia, pode ser considerada uma virtude e
se apresenta como algo positivo. Esta é uma atitude social ou individual que nos
leva não somente a reconhecer nos demais o direito a ter opiniões diferentes,
mas também de as difundir e manifestar pública ou privadamente(1).
Tomás de Aquino diz que a tolerância é o mesmo que a
paciência(2). E a paciência é justamente o bom humor ou o amor que nos faz
suportar as coisas ruins ou desagradáveis. Ao tratar do tema da justiça, o
Aquinate também nos indica que "a paciência - ou tolerância - é perfeita nas
suas obras, no que respeita ao sofrimento dos males, em relação aos quais ela
não só exclui a justa vingança, que a justiça também exclui; nem só o ódio, como
a caridade; nem só a ira, como a mansidão, mas também a tristeza desordenada,
raiz de todos os males que acabamos de enumerar. E por isso, é mais perfeita e
maior, porque, na matéria em questão, extirpa a raiz. Mas não é, absolutamente
falando, mais perfeita que as outras virtudes, porque a fortaleza não suporta os
sofrimentos sem se perturbar, o que também o faz a paciência, mas também os
afronta, quando necessário. Por isso, quem é forte é paciente, mas não,
vice-versa. Pois a paciência é parte da fortaleza."(3)
A diferença de abordagem, seja ela histórica ou dentro dos
diferentes campos das ciências particulares, nos permite observar que dentro das
humanidades, a tolerância diz respeito ao ser humano ou a sociedade, enquanto
que nas ciências exatas, está baseada em leis físico-químicas e biológicas.
Alguns exemplos ilustram o uso da palavra (in)tolerância ao longo dos
séculos.
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