Certo
dia, fui para um almoço e lá começou uma discussão sobre o que pode ser
considerada difícil em ralação a vida acadêmica como um tudo, porque um dos
convidados me disse que tinha abandonando o curso de Administração. Fiquei
curioso, claro, e perguntei o motivo de tal desistência. Qual não foi minha
surpresa quando ele disse que era porque o curso era “difícil”, que se
“precisava estudar muito”, que o “índice de desistência e repetência era alto”
e que tinha cálculo. Isso depois de ter estudado um ano e meio do curso. Claro que eu fiquei consternado, afinal, estou
estudando Direito e tenho ligação com o curso de administração. Mas isso me fez
ir para casa pensando as razões do aluno. Primeiro, o motivo de que precisa estudar muito não
me convence, pois, que área do conhecimento humano não se deve estudar muito
para se formar? Medicina? Direito? Educação Física? Química? Biologia? Física?
Não acredito. Todos os campos do conhecimento são vastíssimos e a produção
científica cresce exponencialmente a cada ano, portanto, para ser um bom
profissional temos que estudar muito em qualquer área do conhecimento. Isso leva à regra de ouro do aluno (de qualquer curso):
Há três princípios para ser um bom aluno: estudar,
estudar e estudar. E quando terminar continuar estudando. Portanto,
esse não pode ser o motivo. Afinal, em qualquer curso se estuda muito. Isso, se
o camarada quiser ser um bom profissional. “O curso é difícil”. Tá certo. Mas e
medicina, não é? Imaginem só: o corpo humano tem quilômetros de vasos sangüíneos,
trilhões de células, bilhões de neurônios, milhões de divisões, centenas de
órgãos, sistemas, aparelhos tudo com uma nomenclatura incompreensível para a
maioria dos mortais. E direito. No Brasil só de Legislação Tributária há
dezenas de milhares de Leis. Fora Constituição, CP, CPP, Legislação do
Trabalho, dos Servidores, Código Civil, enfim. Eu não conheço nenhuma área do
conhecimento “fácil”! O conhecimento exigido atualmente é imenso em qualquer
área e a interdisciplinaridade é quase uma obrigação. Portanto, não pode ser
isso.A desistência no começo é normal em
qualquer curso. Afinal, escolher uma profissão com 16, 17, 18 anos é
extremamente difícil. E a reprovação é conseqüência direta da quebra da regra
de ouro do aluno. Portanto, não é isso.“Tem cálculo”. Sim, temos que fazer
umas continhas. Nada muito complicado ou muito além do que necessitamos no
dia-a-dia. Excetuando-se o cálculo, não temos nada muito diferente do que já
estávamos acostumados no segundo grau. Agora, Matemática é uma área absolutamente
necessária para qualquer cidadão em qualquer época. A Matemática é o que
possibilitou o desenvolvimento humano e a toda a tecnologia que dispomos hoje.
Sem ela, nada disso que temos existiria. A Matemática é necessária para
“pensarmos melhor”, aprimorarmos a lógica, aperfeiçoarmos o entendimento
analítico de um problema e compreendermos de forma mais eficiente alguns
conceitos abstratos da TI entre outros.Enfim, não é isso. Portanto, a única conclusão
que posso chegar é que quem desiste do curso depois de cursar um ano e meio é
porque ainda não havia se decidido quando iniciou. O que vocês, alunos, acham? Ganhar dinheiro fácil no Brasil, sem estudar, só
tem um jeito: ou vira político ou traficante (ou os dois!! rsrs). Na verdade
temos uma quantidade imensa dos dois em “nosso país”, e talvez esse seja o
problema...!
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