quinta-feira, 18 de julho de 2013

Uma Reflexão.

A Morte De Deus no Mundo de Homens sem Fala...! uma refelxão atual....!
A fala é já uma desmistificação de que não precisamos de tecnologia. Significa que nascemos aptos a desnaturalização. É natural chorar, sorrir, sentir frio, calor, mas compatibilizar e formular uma série de signos com correlatos de significação para cada coisa – isso é extremamente técnico, por isso há diferentes línguas, sot...
aques, códigos, etc., se fosse natural (uma dádiva do céu) poderia existir uma linguagem universal. Ah, mas então quer dizer que falar não é uma atividade cultural? Ora, justamente o contrário, cultura é criação, e criar não pode ser natural, pois tem de ser feito pelo homem.

Contraditoriamente, usamos verbos e achamos que captamos com a palavra a sensação que vivemos. Quando tropeçamos na vida dizemos que caímos, mas a palavra é já uma estratégia para repetir algo passado e inatual - contemporaneamente pode-se dizer sem medo que tudo se transforma. Marcamos nossa fala com temporalidade, como se o tempo coubesse em nossas bocas, sendo que o tempo não cabe em nós. A fala serve para mascarar quem somos, é fácil enganar alguém com uma boa argumentação. Deveríamos ser mudos para melhor entender o mundo? Certamente não, deveríamos melhor aceitar a parcela de falsidade que nos cabe como inventores do mundo, talvez mesmo, aceitar que nossas técnicas nos enganam menos do que acreditar que não estamos sendo enganados. O primeiro passo para falar é saber que é tudo inventado, mas extremamente real – o que para mim faz muito sentido, pois estive em lugares que tudo era verdade, mas consecutivamente muito platônico e intocável.

Simplesmente podemos nos reinventar com as palavras, isso marca que existe dispersão em tudo que fazemos: é sempre possível fazer e falar novamente, tudo falso, e tudo somente humano – porque não fomos feitos para a verdade, e Ela mesma, não é tão frágil, aponto de precisar de defensores. Precisamos preservar apenas nossa descontinuidade para não se correr o risco de ser sempre o mesmo.O filósofo cria tipos ideais (homem bom, homem mal), no qual se pode analisar o elemento moral. Observa que inicialmente existiam duas castas (aristocracia-cavalheiresca e os sacerdotes). Deixe-se claro que a explicação para essa criação de personagens fictícios (bom e mau) se justifica porque o pensamento deve ser criado, inventado – não se trata de falar em verdade, pois é justamente isso que se critica no decorrer do livro. Não necessariamente esses tipos de homens existiram, mas por uma leitura da realidade podemos identificar esses tipos no modelo de racionalidade moderna. Afinal a moralização e cristianização do mundo ocidental é algo notável para qualquer um que esteja vinculado a qualquer participação social. Logo, hora por outra iremos nos deparar com valores supostamente bons e outros maus, porém, se trata de medir valores e não de personificar a verdade em cada ação. Mas, é importante analisar esses personagens para pensar a genealogia.

Comecemos como o homem bom da narrativa nietzschiana. Para isso evidenciasse que foi feito um estudo etimológico da palavra bom, e constatou-se que estava ligada inicialmente a pessoas nobres. Esse não precisou inventar sua bondade para si, ele simplesmente é instintivo age e vive conforme o que a vida lhe possibilita, é um ser que não esconde seus instintos. Exemplo para esse homem é um guerreiro, um homem de luta da civilização grega antiga. A luta é seu negócio, a corporeidade, a abundância, etc., por isso, quem não sabe lutar como ele será no máximo ruim. Destarte, poderia aqui de forma estratégica ver as coisas apenas pela utilidade da ação. Quem não luta bem em um mundo de guerreiros nunca poderia ser considerado mau – e, por isso, merecedor do inferno e culpado por sua falta de habilidade. Ele é ruim simplesmente por que não consegue ser um lutador nobre, por falta de habilidade técnica. Isso significa que não necessariamente existe a oposição de valores (bom e mau), pois o mau só foi criado em outro momento dessa história. O mal surge juntamente com a ideia de culpa e de responsabilidade. E como essas foram possíveis?

É quando as duas castas da nobreza (os cavalheiros e sacerdotes) se confrontam ciumentamente que o mal surge como elemento moral e a culpa interioriza outra moral no indivíduo – por meio de uma estratégia chamada ressentimento.

Para o sacerdote – a arte da guerra é um mau negócio, ele precisa se purificar, entre outras coisas típicas da ascética sacerdotal. A moral no sentido moderno que conhecemos surge quando: a falta de capacidade e a inatividade para agir se ressente e torna-se criadora de valores. É quando aquele que era simplesmente ruim dentre de uma determinada prática olha para si e inverte os sentidos: ele agora vai dizer – eu sou o bom, todo aquele que é fraco, feio e cansado é bom. Faz-se assim da fraqueza mérito, quando lutar é um mau negócio a inatividade é a moral dos fracos. E esse fraco convence ao guerreiro que ele é mal (não mais ruim). O que descobriu nisso é que o valor mau foi criado por alguém que ignora a luta e a conflituosidade da vida, pois seu ressentimento é destruidor da vontade de vida. O que é verdade porque na história quem vence são os fracos.

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