sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Não vim aqui escrever sobre dores ou amores

O medo para o egoísta é o pior dos sentimentos porque está carregado de falsas coragens e de pequenas vitórias. Se fosse descrever a minha personalidade segundo a ótica de Platão diria que não sou egocêntrico, mas na minha pintura de vida há traços e pinceladas de egoísmo. Se levar em conta as batalhas vencidas e as tantas derrotas, não acharia um momento em que me vi pensando só no bem pessoal, mas filosoficamente isso também pode ser considerado um ato de individualismo profundo, pois pensar muito nos outros é uma forma de não pensar em si, e isso é egoísmo as avessas. E onde vem o medo nisso tudo? Melhor, o que é o medo? O medo é aquilo que nos paralisa, que nos torna inertes e insuficientes diante das adversidades. Mas há dois tipos de medos: aquele que nos 
E onde vem o medo nisso tudo? Melhor, o que é o medo? O medo é aquilo que nos paralisa, que nos torna inertes e insuficientes diante das adversidades. Mas há dois tipos de medos: aquele que nos impulsiona a vencer e aquele que nos faz vencidos.
Tive nesta linha tênue desses dois focos em muitos momentos da vida. Fiz do temor arma para a batalha e fiz deste mesmo temor espada afiada que quase me perfurou mortalmente. O maior medo dos seres humanos é  a morte. Não sei o por quê, pois essa é a nossa maior certeza. Tenho medo do que não posso prever, tenho medo do que foge as minhas mãos, tenho medo de ter medo, de perder a força, de me deparar com minhas assombrações internas, tenho medo da solidão, de não está presente e de perder quem amo. Esse medo me torna egoísta. Tenho medo de morrer em vida e acredito essa é a pior morte que se pode ter, pois é aquela que ainda lhe faz respirar, mas que lhe sufoca o espírito e lhe torna um zumbi diante da existência. Egoísmo e Medo, assim desta forma e no maiúsculo, são companheiros, são faces de um mesmo rosto e pedaços de uma mesma escultura.
Não queria sentir nenhum dos dois , queria ser como Sócrates que ao prever seu fim o antecipou, deixando para a humanidade apenas a sua sabedoria e a parte boa que podia transmitir. Teria sido Sócrates um covarde? Teria ele sentido medo? Seria ele um exemplo de egoísmo nato?  Não, ele era apenas e tão somente um ser humano que em determinado momento da vida descobriu sabiamente que o livre arbítrio é de fato liberdade e que a cicuta que lhe envenenaria o corpo lhe aliviaria a alma. Mas não há cicuta que alivie aquilo que não morre e é  nessa contradição entre sentir medo e não ser egoísta que muitos se encontram ou desencontram, sem saber a paragens, sem se sentir abrigado e sem saber que passo  dar e que rumo se
Não vim aqui escrever sobre dores ou amores, esse tema já foi muito descrito e escrito. Não serei cantador de versos e nem declamador de lamentos, acho que centralizar no eu mais profundo faz com que tenhamos uma nova visão daquilo que antes considerávamos indecifrável.
Os grandes filósofos da antiguidade destacavam em seus libelos dois paradigmas que hoje eu atrevidamente desejo dissertar: O egoísmo e o medo. Seria interessante pensar que todo egoísta é medroso, mas que nem todo medo advêm de um espírito egocêntrico.
Quando criança, somos ensinados que o medo é a ferramenta que nos possibilita medir os passos e calcular os riscos. Desejaríamos voar daquela serra no meio do mato, mas sabemos que teríamos que ter asas, desejaríamos tocar e brincar com fogo, mas o ardor das chamas nos impelem impulsivamente a nos retraímos, desejaríamos nadar livres em mar aberto, mas a força das águas nos traga em direção ao centro da Terra e temerosos nos conformamos a ficar na parte rasa, na nossa área de conforto.
É nessa área perigosa que o egoísta se refugia: na acomodação, no pensar já está tudo feito e no resguardo daquilo que enganosamente pensar-se ter conquistado.
guir.

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