Os últimos
semestres de uma faculdade são repletos de atividades, TCCs, o sufoco para
chegar bem ao final do curso; o exaustivo processo de formação, com o sangue
pulsando mais forte; os contratempos, e até situações indesejáveis.
É o período em que
se precisa estar preparado psicologicamente e financeiramente; tranquilidade na
cabeça e dinheiro no bolso. Sem uma coisa ou a outra, algo pode dar errado. No
caso do meu amigo e de sua família, seria improvável, pois agem e fazem tudo
corretamente.
Convidaram os
melhores amigos, trouxeram parentes de localidades distantes, reservaram mesas
e é claro enfrentaram todas as etapas da longa lista de exigências, proposta
pela organização dos formandos. Em momentos assim, deve-se isentar as
instituições de ensino dos possíveis fiascos. Os alunos são os responsáveis;
eles que elegem os “fornecedores” cerimoniais.
Meu amigo pagou R$
4.600, valor correspondente à cota de cada formando; ainda precisou desembolsar
R$ 140,00 para cada convite; levou várias garrafas de um bom uísque para
agradar os convidados. E foi aí que o improvável acabou acontecendo:
Escolheram o
Centro de Convenções para a celebração, algo que é irrelevante, pois ocorreram
outras festas paralelas lá, e, algumas, ótimas e muito comemoradas, mas a
comemoração da filha do meu amigo…
Para começar, um
balde de gelo estava sendo vendido a R$ 30,00. Depois da pressão, baixaram o
valor para R$ 12,00; mesmo assim, um saco do produto custa R$ 5,00 em qualquer
local da cidade. Para as bebidas, muitos copos eram de plástico! E os
guardanapos de papel! No cardápio: a costela assada foi servida crua e fria até
que os últimos formandos se servissem (e seus convidados). Mais: a sobremesa paga
religiosamente, nos carnês e na aquisição do convite, não foi servida – cadê a
sobremesa, gente?
Contratempos são
normais até nos rega-bofes do Palácio de Buckinghan, mas carimbar o braço dos
convidados em festa de formatura é coisa estranha – pelo preço pago, seria mais
adequado usar as conhecidas pulseiras. Pior do que isso foi ter de mexer com
dinheiro para pagar cada bebida, já que não aceitavam cartão de crédito – hoje,
até entregador de gás aceita cartão. Algo, além de altamente constrangedor para
quem convida, extremamente anti-higiênico, já que o garçom manipulava o
dinheiro e, em seguida, os copos, quase todos de plástico. Um caso sério para a
Vigilância Sanitária, sem dúvida alguma.
A parte ridícula
do evento ficou por conta do mestre de cerimônia: ele não esperou a entrada
triunfal da turma que estava se formando. Dispensou os formandos logo depois da
primeira banda da solenidade se apresentar, mas, depois, numa cena novamente
constrangedora para todos os presentes, teve de chamá-los novamente, desfazendo
todo o clima de emoção que é o ápice de qualquer festa de formatura, do
primeiro ao terceiro graus.
Não bastasse esse
constrangimento, os convidados para o baile que chegaram na hora prevista,
foram impedidos de entrar no salão, devido ao atraso no horário do evento; eles
nem puderam utilizar os sanitários enquanto aguardavam o término do jantar, que
no final estava mais para ceia.
Para finalizar, ao
chegar a casa, o amigo precisou revistar a geladeira, foi quando se deu conta,
que havia esquecido o paletó. Adivinhem se ele conseguiu recuperar o paletó? Resumo
da ópera: o que era para ser uma formatura dos sonhos se transformou num evento
de vexatório constrangimento para muita gente.
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