quarta-feira, 15 de agosto de 2012

A Festa do Nunca....!


Os últimos semestres de uma faculdade são repletos de atividades, TCCs, o sufoco para chegar bem ao final do curso; o exaustivo processo de formação, com o sangue pulsando mais forte; os contratempos, e até situações indesejáveis.
É o período em que se precisa estar preparado psicologicamente e financeiramente; tranquilidade na cabeça e dinheiro no bolso. Sem uma coisa ou a outra, algo pode dar errado. No caso do meu amigo e de sua família, seria improvável, pois agem e fazem tudo corretamente.
Convidaram os melhores amigos, trouxeram parentes de localidades distantes, reservaram mesas e é claro enfrentaram todas as etapas da longa lista de exigências, proposta pela organização dos formandos. Em momentos assim, deve-se isentar as instituições de ensino dos possíveis fiascos. Os alunos são os responsáveis; eles que elegem os “fornecedores” cerimoniais.
Meu amigo pagou R$ 4.600, valor correspondente à cota de cada formando; ainda precisou desembolsar R$ 140,00 para cada convite; levou várias garrafas de um bom uísque para agradar os convidados. E foi aí que o improvável acabou acontecendo:
Escolheram o Centro de Convenções para a celebração, algo que é irrelevante, pois ocorreram outras festas paralelas lá, e, algumas, ótimas e muito comemoradas, mas a comemoração da filha do meu amigo…
Para começar, um balde de gelo estava sendo vendido a R$ 30,00. Depois da pressão, baixaram o valor para R$ 12,00; mesmo assim, um saco do produto custa R$ 5,00 em qualquer local da cidade. Para as bebidas, muitos copos eram de plástico! E os guardanapos de papel! No cardápio: a costela assada foi servida crua e fria até que os últimos formandos se servissem (e seus convidados). Mais: a sobremesa paga religiosamente, nos carnês e na aquisição do convite, não foi servida – cadê a sobremesa, gente?
Contratempos são normais até nos rega-bofes do Palácio de Buckinghan, mas carimbar o braço dos convidados em festa de formatura é coisa estranha – pelo preço pago, seria mais adequado usar as conhecidas pulseiras. Pior do que isso foi ter de mexer com dinheiro para pagar cada bebida, já que não aceitavam cartão de crédito – hoje, até entregador de gás aceita cartão. Algo, além de altamente constrangedor para quem convida, extremamente anti-higiênico, já que o garçom manipulava o dinheiro e, em seguida, os copos, quase todos de plástico. Um caso sério para a Vigilância Sanitária, sem dúvida alguma.
A parte ridícula do evento ficou por conta do mestre de cerimônia: ele não esperou a entrada triunfal da turma que estava se formando. Dispensou os formandos logo depois da primeira banda da solenidade se apresentar, mas, depois, numa cena novamente constrangedora para todos os presentes, teve de chamá-los novamente, desfazendo todo o clima de emoção que é o ápice de qualquer festa de formatura, do primeiro ao terceiro graus.
Não bastasse esse constrangimento, os convidados para o baile que chegaram na hora prevista, foram impedidos de entrar no salão, devido ao atraso no horário do evento; eles nem puderam utilizar os sanitários enquanto aguardavam o término do jantar, que no final estava mais para ceia.
Para finalizar, ao chegar a casa, o amigo precisou revistar a geladeira, foi quando se deu conta, que havia esquecido o paletó. Adivinhem se ele conseguiu recuperar o paletó? Resumo da ópera: o que era para ser uma formatura dos sonhos se transformou num evento de vexatório constrangimento para muita gente.

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