domingo, 22 de julho de 2012

É Julho e Dai....?!!!


Apesar de não ser totalmente alheio à história, a vastidão de acontecimentos muitas vezes me caem desconexos. É trabalhoso juntar as partes. Mais ainda assimilá-las ao todo. De qualquer forma, sei que nessas quatro décadas de vida, poucas vezes me sobrou o direito à tristeza. Das festas de Ano Novo às comemorações do Natal. De um final de semana qualquer, aos feriados e benditas férias. Tudo tornou-se uma eterna obrigação de divertimento e euforia. Já não podemos mais passar um final de semana sem ter alguma comprovação de que ele foi regado a festas, companhias, bebidas, risadas. Parece que todos, o tempo todo, precisam provar que se divertiram e festejaram. Alheias a dores e problemas, estão lá fotos em perfis eletrônicos para comprovar o quão felizes foram. Mesmo que muitas vezes ignorado o fato de tudo ser uma montagem, pura cópia. A tristeza, os desânimos, parecem uma ofensa a um sistema que oferece euforia embalada o tempo todo. Mas, não. Calma! Não quero ser triste todo tempo. Quero apenas o direito de permanecer calado quando doído for algum dia da existência. Não! Não se engane… Espere. Apenas não quero que sejamos obrigados a ser felizes o tempo inteiro. Como se fosse uma ofensa à modernidade possuir em suas sociedades pessoas que não se reconhecem mais em seu tempo, que pedem um pouco mais de calma. A obrigação de ser feliz tornou-se um tipo de exigência que precisa ser selada junto com presentes, viagens, bens de consumo que nos levem à plenitude da existência – se assim tivermos como pagar. Os renegados ao acesso de consumo sentem-se humilhados, vencidos, diante de tantas ofertas e tão poucas conquistas. Não, alma! Que conquistas? Méritos na desigualdade? Não, obrigado! Quero meu direito de viver a vida do espírito aproveitar alguns prazeres matérias, de ser real sempre– às vezes contundente –, e alegre também. Mas nuca perder minha personalidade.

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